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série

vazio

Venho refletindo faz muito tempo sobre o vazio.
Um vazio que adoece, mata as vontades, paralisa, deixa um oco que dói, um medo que vira neblina.
E a procura por algo que preenchesse esse vazio, trouxe um questionamento e confrontamentos...se esse vazio era real, era meu, quanto dele foi construído sobre expectativas alheias, quanto dele me paralisa por querer outro fazer e não vislumbrar como mudar os rumos, quanto dele foi apenas escrito dentro de mim por mera repetição de comportamentos assistidos.
Talvez não sejam vazios, sejam apenas lentes direcionadas pelos olhos dos outros.
Vazio é falta. Para Lacan a falta impulsiona o desejo. Então o vazio dói ou encoraja?
E é o tempo é o aliado ao entendimento das faltas e vazios, só quando olhamos para eles de frente, com calma e respeito é que podemos pensar em preenchimento ou em entender que esse vazio é um pedaço nosso, que só somos inteiros se entre nossos pedaços houver vazios como respiros.
Vazios que podem ser poços sem fundo ou janelas se abrindo.

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