série
Filigranas de contentamento
Um fio delicado, uma linha tênue, uma ilusão de contentamento. Como desenhamos nossas relações, nessa procura sem fim por equilíbrio entre a segurança e a liberdade que nos rege durante a vida. Uma vida em busca de identidade e propósitos, cada vez mais individualizados, por mais que realizações sempre precisem de outros para acontecerem. Uma perseguição, numa sociedade de consumo, por preencher nossa história seguindo modelos que nos são apresentados. Vivemos uma solidão em meio a multidão e nos iludimos com conexões irreais, prazeres instantâneos, relações descartáveis.
Uma reflexão sobre o que ainda nos encanta, nos arrebata, nos satisfaz.
Como disse Ferreira Gullar, “A poesia é o espanto”.
Acho que a vida precisa de deslumbramento e deleite para nos trazer contentamento.